terça-feira, 13 de abril de 2010

Músicopédia - Uma Introspecção

Não sou o que se pode chamar um "music geek" mas ultimamente tenho pensado um pouco nisto. Longe vão os tempos em que era pequeno e vibrava com o "Bicho" do Iran Costa, "Barbie Girl" dos Aqua, e outro e qualquer tipo de músicas pop que agradavam ao público em geral que agora simplesmente evito e gozo com quem gosta.
A minha vida, o meu longo percurso de gostos musicais tem mudado, evoluído, tantas mas tantas vezes. Creio que isso é bom. Isso aconteceu quer por influências dos vários grupos que conheci ao longo do meu crescimento, quer por auto-descoberta. E ainda hoje em dia dou por mim a "surfar" no Youtube ou noutros sites de partilha de música procurando novidades, coisas que desconheço e anseio dar uma olhada. Há quem não lhe interesse, mas eu acabo por me entreter em escutar todo o tipo de albums e "pescar" algo no meio das minhas buscas. E pega-se nos albums, escolhe-se, retira-se, e no final lá tenho eu um artista favorito pelo menos durante uns tempos.
A vida é mesmo isso, um longo caminho de aprendizagem. É a pesquisa, recolha e selecção de faixas que mais tarde partilhamos com os nossos amigos, com aquele alguém bem especial, e quem sabe mais tarde com os nossos filhos. No meu caso não será a última vez que dou uma vista de olhos à enorme colecção de CD's que se amontoam cá em casa, assim como aos diversos LP's e discos que o meu pai armazena na sala.
Mas mudar de gostos não é necessariamente ignorar ou detestar os anteriores. Trata-se da descoberta, isso sim é o que interessa. Há quem se limite a um género e se mantenha fiel a ele para toda a vida. É de respeitar e louvo quem o faz, mas prefiro variar. Acabo sempre por enjoar de algo se oiço durante muito tempo, e ao tentar coisas diferentes acabo por poder saber mais acerca de diversas àreas e géneros.
A piada vem quando uma pessoa conhece todo o tipo de pessoas ao longo da vida. Quando te perguntam "Então de que grupos gostas?", "Qual é o teu género?", "Curtes este e/ou aquele?", as respostas podem variar desde o neutro "Ah, gosto um pouco de tudo." para "Este género claro!! Não se está mesmo a ver?!". E pode de facto estar visível se a pessoa usar rastas, um boné de lado e roupa larga, ou o cabelo em pé com uma coleira no pescoço e se vestir de preto. Mas esta questão do aspecto versus realidade na música vai dar à questão dos estereótipos sobre a qual não me queria aprofundar muito. Simplesmente há casos e casos. Conheci uma pessoa que usava as ditas rastas e era completamente adepta do "metal". Tento não ir por aí. Claro que quando vemos uma legião de fãs vestida de preto é fácil deduzir que algo forte esteja envolvido, como foi o ano passado no dia de Metallica no "Optimus Alive". De qualquer forma nunca fui muito de me vestir à imagem do que oiço, pelo menos não no quotidiano.
Os meus gostos foram bem variados ao longo da vida, ou seja, também tive as minhas fases. Neste momento ando a explorar a onda techno, mas não é caso para se pensar que sugo tudo o que seja "dançante" e evite baladas, rockalhadas, e até "folkalhadas". Sempre há aquela nostalgia ao ouvir uma música que já não oiço há imenso tempo num filme, numa série, e recordar do que sentia nessa altura. Noutro aspecto, no da cultura musical, é interessante também apenas ouvir falar da dita música num diálogo e entrar em consenso ou desacordo com o personagem. No fundo entender o seu ponto de vista torna-se mais fácil quando se compreende do que fala. Há uns bons anos podia ouvir esse mesmo diálogo e essa informação passar-me-ia completamente ao lado.
Resumindo, a música, tal como o cinema, a leitura e até o desporto, é apenas mais um conjunto de arquivos de cultura que se tornam cada vez mais acessíveis hoje em dia graças às novas tecnologias. Pode-se de facto tornar num vício. Se assim for creio que sou viciado. Mas sejamos realistas, de que valia uma vida completamente no silêncio?

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Sad but True




Este é um excerto da brilhante série "Californication" protagonizada pelo actor David Duchovny muito conhecido pelo seu papel como o agente Fox Mulder da mítica série "Ficheiros Secretos".
A série em si pode ser encarada como uma comédia negra e não há um episódio que não me faça soltar pelo menos uma boa gargalhada. No entanto também existem momentos de drama baseados em situações da vida real que por vezes surgem do nada mas genialmente surtem o efeito desejado (de notar a relação do pai com a filha).
Neste excerto, Hank Moody, o personagem principal, é entrevistado para a rádio acerca do que tem feito ultimamente. Nesta parte da entrevista ele dá a sua opinião acerca do mundo de hoje em dia, coberto de bites e bytes, onde as pessoas por vezes se esquecem da escrita de tinta e papel e viram-se para os blogues, os twitters e adiante. Também fala sobre os novos neologismos utilizados hoje em dia como o "LOL" e o "LMFAO", uma linguagem que para ele é como se fosse dos homens das cavernas.
Não é que Hank Moody tenha uma mente completamente fechada. Ele sabe que tem de se adaptar para enfrentar as exigências do mercado (numa dada altura vê-se mesmo forçado a escrever no seu blogue para um trabalho), mas se tiver de escolher entre a velha máquina de escrever no canto e o blogue, nem pensa duas vezes. O mesmo se passa com as múltiplas estantes de livros que tem pela casa.
Resumindo, apesar de parecer um homem completamente despreocupado para dizer o mínimo na série, também consegue balançar esse lado com o elevado nível de cultura que tem, acabando por ser beneficiado em ambos os sentidos com resultados muitas vezes hilariantes.

domingo, 21 de março de 2010

Abram alas para o Império do Sol

Na semana passada descobri os "Empire of the Sun" e mal comecei a escutar o primeiro e único álbum deles até à data foi amor à primeira vista. Do principio ao fim sou coberto de ondas, não, autênticas marés de relaxamento.
Para quem desconhece e se quer aventurar, experimente desligar todas as luzes, deitar-se e simplesmente deixar-se levar pelos ritmos celestes. Na nossa mente quase que somos transportados para outro mundo, muito aos critérios da imaginação de cada um. No meu caso, estava na minha cama, mas bem podia estar num descampado deitado na erva a ver as estrelas. Simplesmente fantástico.

Aqui fica um video da mais conhecida deles: