domingo, 8 de janeiro de 2012

Recordar é viver

Segundo um estudo feito em Inglaterra e divulgado no Público, a mente humana começa a deteriorar-se apartir dos 45 anos. Ler isto serviu-me de motivação para começar a escrever acerca de um tema que já há uns tempos queria abordar: a memória.
Ao longo da vida vamos acumulando imensas experiências e histórias com as quais aprendemos. É uma colecção de erros que superamos e vitórias das quais nos orgulhamos. São aqueles momentos dos quais nos lembramos nos transportes públicos e não deixamos de esboçar um sorriso. É a nossa vida a vir ao de cima em constante rotação. São as nossas memórias.
As memórias consistem, a nível prático, em tudo o que aprendemos ao longo da vida desde o nosso primeiro suspiro. Permitem-nos progredir na vida académica e profissional. São aquilo que faz com que possamos ter uma conversa coerente com alguém tendo como base os nossos conhecimentos. Poderão ser aquilo que nos permite apresentar razões válidas para justificar um ponto de vista ou escrever uma crítica. É ver para crer e lembrar para escrever.
As memórias não têm preço. Dão valor a qualquer coisa mesmo a mais insignificante. Valor que também pode ser imposto aos outros. O preço de um DVD vale o que uma cadeia de lojas lhe dá mas poderá descer para metade uns meses mais tarde. É um valor que compramos e que nos foi imposto. Porém, e já que mencionamos o perda de valor, um livro com páginas amarelas e de aspecto gasto poderá parecer «lixo» para uns e valer ouro para um coleccionador ávido.
Os objectos não passam de objectos. É o valor induzido ou que lhes atribuímos que lhes dá valor. Isso tanto é aplicável à 'mega-edição-de-luxo-com-extras' de um DVD como aos retratos de família que se encontram pela nossa casa. São memórias, lembram-nos histórias e essas sim, não têm preço.
E isso traz-me de volta à razão deste texto: a perda de memória. A notícia é grave pois, segundo o estudo, a população está a perder a memória cada vez mais cedo. Assusta-me imenso pensar que daqui a uns 20 ou 30 anos, tudo aquilo que fizemos, todos aqueles que conhecemos, poderão tornar-se sombras, poderão desaparecer no vazio. Nascemos com nada e morreremos sem nada.
Gosto de acreditar que um dia, quando esse dia chegar, possa recuar todos os anos percorridos e lembrar-me de tudo, de todos e de todas as peripécias, das mais nobres às mais hilariantes. Não sei se a escrita ajuda, mas se assim for, espero não perder o pouco hábito que tenho de o fazer. Recordar é viver.

1 comentário:

  1. Acho que também são essas memórias que nos fazem crescer e ser como somos. É pena perde-las seja porque razão for.

    São estes pequenos espaços que vale a pena manter e fazer publicidade. Continuação ^^

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