sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

As Catedrais do Saber

Desta vez irei descrever um local que tenho andado a visitar por obrigações académicas: a biblioteca. É curioso porque se pudesse recuar há uns anos jamais me imaginaria a escrever sobre isto.
Desde que voltei a estudar fui forçado a ser auto-didacta. As bibliotecas têm sido desde então o meu segundo lar e uma fonte de fascínio. Agrada-me imenso percorrer as suas salas e observar as longas estantes que se estendem até ao tecto. Maravilho-me com as etiquetas que se referem às mais variadas áreas do conhecimento: Psicologia, Sociologia, Jornalismo, Gestão... tantos mundos à espera de serem descobertos, tantos livros já partilhados e que anseiam sair para o mundo uma vez mais.
Há uns anos não conhecia o valor do silêncio. O facto de estar presente nesses espaços fazia-me sentir formigueiros, queria a luz do Sol e os meus ouvidos pediam a música do mp3, o meu nirvana pessoal. Hoje, sou capaz de passar horas e horas por entre páginas de livros abertos.
Mas engane-se quem pensa que as bibliotecas estão isentas de ruído: é curioso ouvir as conversas ocasionais, as gargalhadas dos grupos de colegas que se juntam para discutir trabalhos de grupo e o «shhh...» dos leitores mais dedicados que por momentos sentiram um furo na sua bolha, no seu mundo.
Isto porque os livros são mundos dentro de mundos. Abres um e és brindado com todo o tipo de locais e personagens que te podem influenciar e trazer algo de novo à tua vida. Sentes-te no seu mundo. Tu próprio és o personagem que percorre corredores e estradas, páginas e páginas até chegar ao «Fim».
Para além de aventuras, os livros transmitem saber. Estão lá para qualquer leitor e são o seu companheiro fiel nas noitadas de estudo. Estão sempre disponíveis para auxiliar a passar aquele exame mais difícil e o trabalho que já devia ter sido entregue no dia anterior. Também são rebeldes pois deixam-se tatuar com linhas de carvão e o rabisco ocasional, mensagens que passam para a posteridade e que tornam cada um realmente único.
A crise não parece existir nas bibliotecas. Podemos sair de lá com uma mão cheia de livros e de sabedoria. Estes são usados e reutilizados e despertam a vontade de adquirir os seus «sócias» se a história for convincente. Mas estes livros são passageiros de curta duração. Tal como nós, adoram a sensação de regressar a casa após uma viagem... até serem escolhidos de novo.
É por isso que aprendi a valorizar as bibliotecas. Para além de serem um portal para o conhecimento gratuito, algumas chegam mesmo a ter palestras e eventos com convidados conhecidos que também se prontificam a partilhar as suas experiências. De pequenos a graúdos, sejam estudantes ou trabalhadores, há sempre tempo para um bom livro, uma boa história sob os seus tectos. Boas leituras!

1 comentário:

  1. Mas olha que a crise afecta as bibliotecas e de que maneira. É uma pena porque são dos poucos locais onde podemos ter conhecimento gratuito, acesso a cultura e tudo o mais.
    Tenho de voltar à minha, talvez ajudar de novo.

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