sexta-feira, 2 de março de 2012

Reportagem: "O Pó"


Está agora em cena “O Pó”, a mais recente peça da autoria de José Meireles encenada por Abílio Apolinário. A obra ganha vida pela Projéctor, a Companhia de Teatro do Barreiro, e vai estar em cena na Sociedade Instrução e Recreio Barreirense (SIRB) durante os dois primeiros fins de semana do mês de março.
A peça tem como base o tema da droga e de como a sua dependência pode trazer consequências nefastas para o indivíduo e os seus mais próximos. A história centra-se em "Jony" (Ricardo Gião), "Alex" (Tiago Soares) e "Jim" (André Antunes) que formaram uma banda mas que se deixaram atingir pela influência do pó. "Alex" e "Jim" já se encontram em fase de recuperação sendo que grande parte da descarga emocional recai sobre o terceiro elemento.
"Jony" é uma personagem mais complexa do que parece. Durante a peça o público assiste a alguns dos seus ensaios para a gravação do primeiro disco mas é nos intervalos que se apercebe da fragilidade da relação entre os três amigos. O que aparenta ser uma “unidade” está claramente dividida devido aos comportamentos irregulares de "Jony", cuja saúde física e mental se vai deteriorando ao longo da peça. "Alex" e "Jim" lutam arduamente para procurar restabelecer a união mas mesmo assim torna-se complicado pois mal conseguem manter a sua amizade.
Assistir a “O Pó” é como entrar numa locomotiva fumegante que nos conduz freneticamente até ao final. Durante 45 minutos assiste-se a uma sessão intensa de música e de diálogos pesados tendo como pano de fundo o rock n’ roll. O uso de videoclips durante os "ensaios" da banda permite uma maior aproximação com o público, misturando-se a ficção com a realidade.
Para Abílio Apolinário, “a peça procura servir como uma chamada de atenção para os mais novos acerca dos perigos da droga”. A introdução de personagens jovens poderá ajudar a facilitar esse elo de ligação. “Os jovens de hoje em dia estão dispostos a tudo e a utilização de linguagem pesada é essencial”, refere o encenador.
Ricardo Gião confessa que não consegue viver sem o teatro e procura explorar géneros dentro dos quais ainda tem pouca experiência. Esta é a sua quarta peça com a Projéctor e reforça que é mais fácil desempenhar papéis com amigos porque “já não existe a necessidade de adaptação e há um espírito de entreajuda, pois conhecemos as fraquezas uns dos outros”, afirma o ator.
Depois de “O Pó”, a Projéctor já está a preparar “Loucos de Amor” de Sam Shepard, a 27 de março e “Baal” de Berltont Brecht a 27 de outubro.


Local e horário das sessões:
Dias 3, 10, 16 e 17 pelas 21h30
Dias 4 e 11 pelas 17 horas
Sociedade Instrução e Recreio Barreirense (SIRB), “Os Penicheiros”
R. Almirante Reis, n.º 66, Barreiro
Telefone: 212 073 409   Email: penicheiros@portugalmail.pt
Website da Projéctor: http://projector-teatro.pt.vu

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